Milton Santos e a globalização.
Olá, galera!
Vim aqui hoje falar sobre algumas reflexões que fiz a a partir de algumas leituras que fiz das obras de Milton Santos.
Espero que gostem!
Milton Santos, o importante, renomado e reconhecido geógrafo brasileiro faz duras críticas a globalização e ao sistema capitalista. Em todas as suas obras, ele se ocupa a fazer algumas provocações acerca da globalização e dos seus males, insere características gerais como a velocidade das coisas, das informações, e critica diversos elementos contemporâneos que surgiram com a ascensão tecnológica voltada para este mundo globalizado, como por exemplo, a supervalorização do capital, o aproveitamento da imagem e a ideia de fábula que as pessoas criam em torno deste novo cenário. Segundo Milton, o mundo passou por duas globalizações, a primeira que foi marcada por ocupação territorial na época dos descobrimentos e colonizações e a segunda que foi no século XX e teve como principal característica a fragmentação dos territórios.
O geógrafo expressa seus argumentos iniciais de forma claramente dura e realista sobre o mundo globalizado e o divide este em três perspectivas diferentes, que é , o mundo tal como nos fazem crer: a globalização como fábula (um mundo fantasioso que possui uma sólida base, onde nós acreditamos que estamos mais homogêneos, mais informados e mais velozes, mas que no fundo há apenas um aprofundamento das desigualdades e um estimulo do culto ao consumo); o mundo como é: a globalização como perversidade (um mundo afogado no desemprego, onde as pessoas menos privilegiadas são fadadas a baixos salários, péssimas condições de vida, a fome e ao desabrigo e também onde há o retorno de enfermidades que antes já foram exterminadas) e o mundo como pode ser: uma nova globalização (onde há o principio de uma globalização mais humana, com outros tipos de fundamentos sociais e políticos, com o apoio a diversidade, a mistura de culturas, etnias, classes e um desenvolvimento claro de conhecimento).
Também é comentado as relações econômicas mundiais e seus efeitos claros, como por exemplo a divisão de renda entre os povos da região norte do mundo e a região sul, no qual há uma desigualdade exorbitante (sendo os povos do norte mais privilegiados), causando uma consequente dependência. Milton Santos é claro quando fala de globalização e fornece seus principais posicionamentos destrinchando a seguinte frase: “a globalização como perversidade”, no qual ele trata de temas diversos como o Consenso de Washington e Kyoto.
O Consenso de Washington segundo o autor implantou uma série de desigualdades, que serviu de “veneno para os mais pobres” com o exercício de privatizações, fim de estatais, estagnação de empregos, aumentos de preços e consequentes crises nos países mais pobres. Graças a isto, os povos realizaram milhares de revoluções com diversas mortes. A nova divisão do trabalho também é um aspecto a ser citado, já que promoveu uma grande exploração de mão de obra barata no que conhecemos como 3º mundo, alavancando ainda mais a concentração de riqueza nas mãos dos poderosos e deixando as nações com menos poderio afogada na miséria e na fome.
Já a reunião que tiveram em Kyoto se promoveu ao discutir claramente o "apse" do que chamamos de capitalismo: a privatização dos recursos hídricos, o que gerou um grande terror por parte dos representantes e revolucionários, que lutaram claramente para que este absurdo não fosse realizado, já que isto promoveria o domínio de algumas nações sobre o recurso mais importante de diversos países, a água. Além disso, houve uma clara discussão sobre a criação de barreiras contra a imigração e fronteiras, que até hoje causam muitas mortes e problemas para diversos seres.
Milton também deixa claro a relação da mídia com o capitalismo, que é a principal promotora de fábulas em todo o globo, já que esta, interligado com empresas poderosas, expõe apenas aquilo que as beneficia, promovendo uma visão completamente fantasiosa sobre a industria capitalista e o mundo globalizado. Em paralelo a isto, o geógrafo esclarece um beneficio tecnológico que podemos chamar de tecnologia para integração e proteção dos povos, ou seja, a promoção de uma mídia menos comercial, porém realista e libertadora onde esclarece a “capacidade de conviver com um futuro possível” e que há uma documentação da periferia para promover a superação e expor o que conhecemos como cultura popular. Também é citado que este tipo de conteúdo não há uma evolução sincronizada como a da globalização. Há uma grande crítica ao que chamamos da fragmentação da ética, onde se tem a ética dos que “não tem nada”, a ética dos poderosos e a ética dos desesperados (que querem mudança).
Para a conclusão, segundo Milton Santos, o ideal de globalização é a busca por uma globalização solidária, onde se procura majoritariamente um estado socializante, onde há uma necessidade de reduzir as diferenças e uma busca constante pela democracia em que as decisões são tomadas pelo povo e não por quem tem mais poder.
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